João José Silva
08.01.25
É facto que com tantos estímulos ao nosso redor, a cada segundo, os nossos cérebros não são capazes de reter todas as informações. Algumas mais complexas, outras mais simplificadas, mas, neste último caso, o que ficam são histórias e reflexões, de certo modo, cómicas.
Estava eu com uma amiga numa conversa casual, até que ela decide aquecer água numa chaleira elétrica para fazer chá. Lá ela encheu a chaleira e a pôs a aquecer. Eu nem coloquei muita atenção ao ato que ela estava a realizar, afinal, não era nada por aí além e foquei-me no conteúdo da conversa. Continuámos a conversar normalmente, quando, de repente, a chaleira deu sinal que estava a começar a ferver – aqueles segundos antes do sistema terminar o aquecimento. Estranhei que ao acompanhar o barulho do chiar da água a ferver, escutava um som de borbulhar anómalo. Ao olhar para a chaleira reparei que, com a força do efervescer, começou a transbordar alguma água. Fiquei atónito, porque costumo utilizar a mesma chaleira e nunca me havia transbordado. Algo ali não estava bem!
Qual não foi o meu espanto que de seguida ela olha para chaleira e diz: “É normal. A mim, está me sempre a acontecer.” e eu a pensar para mim mesmo, “Como assim “é normal”?”. Ela vai a deitar a água para dentro da garrafa térmica, quando, no momento de movimentação, olho para a zona do medidor da água e a marca do limite está ultrapassada até à borda! Eureca! É este o problema!
TODOS estamos sujeitos ao descuido. É algo natural e acontece com certa frequência. No entanto, este facto não invalida a necessidade de existência de um sentido de responsabilidade de procurar que tal não volte a acontecer. Neste caso, pode não ser nada de grave, mas em outra situação, com outro tipo de equipamento ou produto, pode ocorrer em algo perigoso. Afinal, o limite sinalizado existe por alguma razão, não apenas por um sentido estético.