João José Silva
17.01.25
Se acompanhamos diariamente, com afinco, o contexto político e social em que nos rodeia, é aconselhável que, de vez em quando, tenhamos oportunidade de sair dessa “bolha mediática”, para bem da nossa sanidade mental. Uns encontram esse “escape” em filmes ou livros, outros em caminhadas pela natureza, ou então no preparo de refeições apetrechas – a lista continua a crescer. Pessoalmente, entro num estado de relaxamento tal, que me leva a reflexões que, à primeira vista, podem parecer MOMENTOS DE DELÍRIO. A título de experiência, confirmo que, apesar de estranhas, essas viagens são bastante enriquecedoras e aliviantes.
IMAGINEM COMIGO: Nós, humanos, comunicamo-nos a partir de uma sequência de signos e códigos que desenvolvemos ao longo da nossa EVOLUÇÃO. Certos povos têm os seus signos próprios, mas muitos desses são partilhados, como por exemplo, as letras, os números, as cores e por aí segue-se a lista. Por outras palavras, existe uma base comunicacional que nos permite interagir uns com os outros.
Numa perspetiva diferente – quando me refiro a “diferente”, não é “outro povo”, mas sim “outra espécie”. Como assim? Os cães, por exemplo – os códigos que assumimos como certos em qualquer parte do mundo em que nos encontremos, caiem por terra, porque os mesmos não são reconhecidos.
Aprofundo a minha teoria com o seguinte exemplo: os cães, não sabem que a cor azul, se chama “azul”, ou então que a comida, designamos pela palavra “comida”, ou ainda então, que um sorriso é um código de felicidade – isso, ou “pseudo felicidade”, se entrarmos nos requisitos do sarcasmo, mas é melhor deixaremos este ponto de parte para não confundirmos mais as cabeças.
Por outras palavras, os nossos signos, noutro contexto, são inexistentes. Estes seres, para se comunicarem, criaram os seus próprios códigos. Na minha cabeça, só imagino como seria sermos confrontados com essa realidade neste exato momento – quando recém-nascidos, TODOS passámos por essa fase, o que acontece é que não nos lembramos dessa época. UMA REALIDADE EM QUE TEMOS DE REAPRENDER TUDO.
Deixo-vos algumas questões que até hoje me ressoam:
- O quão estranho seria esse confronto? Como seria a adaptação?
- Criaríamos códigos diferentes dos que temos agora?
- Seríamos mais eficazes nessa criação, visto que, segundo a ciência, geneticamente somos mais evoluídos que os nossos antepassados neandertais?
- Ou então demoraríamos mais, visto que desaprendemos grande parte dos instintos selvagens dos mesmos?