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#NãoSouSóEuQuePensoNisto

A partilha de ideias e reflexões de um jovem a quem o MUNDO lhe intriga.


João José Silva

19.12.24

A DETURPAÇÃO DO COMENTÁRIO – forma intrigante de começar, não?

Hoje, vivemos numa sociedade em que a PALAVRA tem de ser medida ao milímetro. Qualquer coisa que digamos, pode ferir a suscetibilidade de alguém. Na realidade, esta situação não é nada de novo, desde sempre os comentários, afirmações, especulações e pensamentos são uma faca com dois gumes. O “diferente” nestes tempos, é a massificação e o fácil acesso que temos a todo esse conteúdo, muito propiciado pelos órgãos de comunicação social e as “pseudo fontes informativas” nas redes sociais – por outras palavras, “influenciadores digitais” –, mas não só! Séries, filmes, livros, peças de teatro e entre muitas outras fontes ajudam nessa divulgação.

Numa tentativa de se “destacar do meio do rebanho”, existe uma grande perseguição e análise minuciosa ao comentário do outro – esta “minúcia” nem sempre significa, infelizmente, a investigação dos factos, ou seja, a averiguação dos dois lados da moeda. Ataques propositados, mal interpretação, deturpação da informação, têm se tornado frequentes.

O carimbo da EXISTÊNCIA, sobrepõe-se ao PENSAMENTO, ao RACIOCÍNIO.

Como jovem que pensa, ou pelo menos, tenta pensar, questiono-me sobre esta situação. Porquê seguimos por essa tendência? Somos assim tão insignificantes que necessitamos de nos afirmar pela INTRIGA e pela DESINFORMAÇÃO? Afinal, qual é a melhor arma, a QUESTÃO, ou a RESPOSTA?


João José Silva

18.12.24

As palavras AMOR e PAIXÃO pertencem ao mesmo campo semântico, muitas vezes são confundidas, mas ambas possuem sentidos bastante profundos. Não quero entrar nas questões de etimologia, nem do sentido das suas várias aplicações, pois muitos estudiosos já se dedicaram a aprofundaram esses temas e têm um conhecimento mais detalhado em comparação ao meu – sou apenas um jovem rapaz que escreve e partilha as suas dúvidas existências.

A palavra AMOR tem um tamanho galáctico em significado. Numa rápida pesquisa ao dicionário de língua portuguesa, 'Priberam', dos vários tópicos que a descrevem, houve um que me cativou a atenção e passo a citar: “entusiasmo ou grande interesse por algo” – a meu ver, uma frase minúscula em relação ao seu real sentido, mas se começássemos nessa discussão, nunca mais sairíamos daqui. Já a palavra PAIXÃO define-se e passo a citar: “sentimento intenso de atração entre duas pessoas”. Aqui já podemos distinguir algo gigantesco entre as duas palavras – o foco dos seus significados. A PAIXÃO é algo muito mais direcionado do que o AMOR – poderei até dizer, “palpável”. É por este caminho da PAIXÃO que quero aprofundar.

Quem nunca sentiu PAIXÃO por alguém? TODOS já passámos ou haveremos de passar por essa sensação. Algo prazeroso e ao mesmo tempo arrebatador. A efervescência emocional, o gagismo, o atraso no pensamento, a respiração ofegante, os olhares perfurantes, os calafrios e entre muitos outros sintomas associados. É tão espetacular como uma pessoa consegue afetar de forma tão forte, a nível físico e psicológico, uma outra.

Por vezes, essas PAIXÕES são recíprocas… outras não. Essa desilusão relacional provoca reações tão interessantes. Feridas abertas que apenas são curadas com o elemento TEMPO - o TEMPO é o melhor remédio. Optamos pelo distanciamento e a tentativa de eliminar um conjunto de imagens, pensamentos e sensações acumuladas ao longo de um certo período. Da mesma forma que a instauração dessa PAIXÃO demorou a ser concretizada, o mesmo acontecerá para que a mesma desapareça – por vezes, até demora mais.

De forma intrigante, com que gostamos desse “masoquismo” quando insistimos nessa PAIXÃO não correspondida. Tudo culpa da ESPERANÇA que aproveita fulgurosamente os seus resquícios de existência. Sabemos que nos provocam sensações desagradáveis, mas mesmo assim, insistimos nessas ações. Porquê? Para quê?

Somos uma espécie que, constantemente, cai nos mesmos erros. É algo que está incorporado no nosso ADN, no nosso inconsciente selvagem. A PAIXÃO pelo SOFRIMENTO. Esta frase justifica as nossas reações a muitos outras decisões no nosso dia a dia. Questiono-me se algum dia deixaremos de ser assim? Acredito que não. Se assim o fosse, deixaríamos de ser SERES PENSANTES.


João José Silva

15.12.24

Diariamente, sou bombardeado pelos pensamentos mais variados – acredito que todos sofremos do mesmo mal, não? Num momento posso estar a questionar sobre as minhas perspetivas de futuro, como noutro, encurralo-me num dilema de qual papel higiénico comprar. Com duas, ou três folhas? Com três é mais confortável, mas o de duas está mais barato – vida não está fácil para ninguém, nem as nádegas escapam da inflação. Qual optar? Conforto ou equilíbrio económico?

A meu ver, todos os tópicos que nos vêm à mente são importantes, por mais estapafúrdios que sejam. Da mesma forma, as experiências que vivenciamos, são igualmente importantes. Umas com mais, outras com menos impacto, mas TODAS estimulam um aprendizado nós. Afinal, somente com a experimentação é que podemos chegar a um resultado. Nenhum de nós nasceu com a sabedoria que possui hoje. Se daqui a um ano, ou mais, estiver a reler este mesmo texto, o conhecimento será diferente, mais evoluído. Um trabalho harmonioso entre o TEMPO e a AÇÃO.

Toda esta filosofia surge de um questionamento que me vem atormentando já a algum tempo. PORQUÊ VIVEMOS COM TANTA PRESSA?

Uma constante ansiedade de alcançar uma meta que não tem o seu fim à vista. É uma pressa para realizar tarefas, uma pressa para assimilar conhecimentos, uma pressa na criação de ligações humanas, uma pressa para viver! Cada vez mais parece que fugimos incessantemente de um ponteiro gigante que nos está prestes a esmagar caso não aceleremos. Parece que já nascemos pré-programados para acelerar. Por exemplo, se não formos treinados para tal, inconscientemente, numa composição musical, tendemos para acelerar o ritmo – principalmente quando tocamos algum instrumento de percussão.

Existem duas frases populares que acredito responder de forma acertada a esta questão, sendo estas: “quanto mais depressa, mais devagar” e “quem muito quer, nada tem”.

Daquilo que me rodeia, o que vejo são tentativas constantes de demonstrar “utilidade no mundo” – ou como a malta da minha idade também diz, “não querer ser um NPC”. Uma necessidade de afirmação, de demonstração de existência, de importância - admito sofrer do mesmo mal. No fundo, acredito que isto seja o medo para com o ESQUECIMENTO.

Todas as opções têm consequências. Somos livres de escolhermos os caminhos que quisermos, as respostas que quisermos. O facto é, ao escolher a ACELERAÇÃO, perdemos a real capacidade de viver. Somos a única espécie conhecida que faz o que fazemos. Fazemos o que fazemos, como consequência da nossa EVOLUÇÃO. Este raciocínio leva-me a outra questão. O PORQUÊ DA MAIORIA ESCOLHER UM MODO DE VIDA ACELERADO? É PORQUE GOSTA, OU PORQUE NÃO CONHECE OUTRA PRESPETIVA?

Pessoalmente, não sei a resposta para estas dúvidas, mas também acredito que não as tenha de saber já. Como referi anteriormente, o aprendizado é algo gradual, que leva TEMPO. Deixemos o TEMPO tomar o seu próprio TEMPO. No dia em que o TEMPO não tiver TEMPO para o seu próprio TEMPO, o TEMPO, então, estará arruinado!

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