Diariamente, sou bombardeado pelos pensamentos mais variados – acredito que todos sofremos do mesmo mal, não? Num momento posso estar a questionar sobre as minhas perspetivas de futuro, como noutro, encurralo-me num dilema de qual papel higiénico comprar. Com duas, ou três folhas? Com três é mais confortável, mas o de duas está mais barato – vida não está fácil para ninguém, nem as nádegas escapam da inflação. Qual optar? Conforto ou equilíbrio económico?
A meu ver, todos os tópicos que nos vêm à mente são importantes, por mais estapafúrdios que sejam. Da mesma forma, as experiências que vivenciamos, são igualmente importantes. Umas com mais, outras com menos impacto, mas TODAS estimulam um aprendizado nós. Afinal, somente com a experimentação é que podemos chegar a um resultado. Nenhum de nós nasceu com a sabedoria que possui hoje. Se daqui a um ano, ou mais, estiver a reler este mesmo texto, o conhecimento será diferente, mais evoluído. Um trabalho harmonioso entre o TEMPO e a AÇÃO.
Toda esta filosofia surge de um questionamento que me vem atormentando já a algum tempo. PORQUÊ VIVEMOS COM TANTA PRESSA?
Uma constante ansiedade de alcançar uma meta que não tem o seu fim à vista. É uma pressa para realizar tarefas, uma pressa para assimilar conhecimentos, uma pressa na criação de ligações humanas, uma pressa para viver! Cada vez mais parece que fugimos incessantemente de um ponteiro gigante que nos está prestes a esmagar caso não aceleremos. Parece que já nascemos pré-programados para acelerar. Por exemplo, se não formos treinados para tal, inconscientemente, numa composição musical, tendemos para acelerar o ritmo – principalmente quando tocamos algum instrumento de percussão.
Existem duas frases populares que acredito responder de forma acertada a esta questão, sendo estas: “quanto mais depressa, mais devagar” e “quem muito quer, nada tem”.
Daquilo que me rodeia, o que vejo são tentativas constantes de demonstrar “utilidade no mundo” – ou como a malta da minha idade também diz, “não querer ser um NPC”. Uma necessidade de afirmação, de demonstração de existência, de importância - admito sofrer do mesmo mal. No fundo, acredito que isto seja o medo para com o ESQUECIMENTO.
Todas as opções têm consequências. Somos livres de escolhermos os caminhos que quisermos, as respostas que quisermos. O facto é, ao escolher a ACELERAÇÃO, perdemos a real capacidade de viver. Somos a única espécie conhecida que faz o que fazemos. Fazemos o que fazemos, como consequência da nossa EVOLUÇÃO. Este raciocínio leva-me a outra questão. O PORQUÊ DA MAIORIA ESCOLHER UM MODO DE VIDA ACELERADO? É PORQUE GOSTA, OU PORQUE NÃO CONHECE OUTRA PRESPETIVA?
Pessoalmente, não sei a resposta para estas dúvidas, mas também acredito que não as tenha de saber já. Como referi anteriormente, o aprendizado é algo gradual, que leva TEMPO. Deixemos o TEMPO tomar o seu próprio TEMPO. No dia em que o TEMPO não tiver TEMPO para o seu próprio TEMPO, o TEMPO, então, estará arruinado!